Viver sob Acusação

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A sociedade humana cresceu e se desenvolveu também graças a regras e proibições, inventando os conceitos de punição, culpa e pecado, aprendeu a se organizar.

O grupo, a manada, precisa de alguém que decida por sí e que defina regras a serem respeitadas: é a única forma para poder se organizar e evoluir. As crianças não conhecem o conceito de culpa, até aprender as regras impostas pela educação.

Aprendemos na física e na biologia que um organismo para se manter ativo , deve estar sempre em movimento entre o caos e a ordem, respeitando e as vezes quebrando equilíbrios pré-constituidos. No caso do homem, parece que um movimento deste tipo não funcione: quando quebra uma convenção, quando transgride, é levado a se sentir culpado e se bloqueia. Nesses casos a vida não evolui e acaba se tornando uma energia parada que freia todo o processo evolutivo do individuo.

Precisa que o senso de culpa se redimensione, se torne mais elástico, mais tolerante, menos dramático, para que não iniba o nosso crescimento. Os desejos transgressivos que nos alimentam devem poder conviver encontrando um equilíbrio com o medo de errar e o remorso por te-lo feito. O erro é trair a nos mesmos, as forças que nos animam, o talento que nos inspira. E se esse ultimo nos leva as vezes a expressar a nos mesmos fora das regras convencionais, vamos esperar um pouco a culpa-lo: lembre-mos que aquele processo misterioso que nos guia, sabe o caminho a ser feito para a nossa evolução, mesmo que siga vias não sempre convencionais. A nossa racionalidade desconhece o que somos, e não tem condições para nos guiar pelo caminho certo, portanto, se nos percebemos infringindo algumas regras a mais, paciência: em compensação estamos vivos.

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