Infidelidade

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Até algum tempo atrás, o homem traia mais que a mulher. Era muito mais “oficial”, muito mais declarado, mesmo porque a mulher não tinha as atividades e as funções que conquistou e que hoje fazem com que ela seja muito mais ativa dentro do contexto da sociedade. A mulher era relegada a casa e à educação dos filhos. Não era educada para ser uma pessoa ativa dentro da sociedade em que vivia. Hoje ela é forte, ativa muitas delas são responsáveis pelo lar.

Apesar dos números desta maior independência e, dessa autonomia mostrarem que homens e mulheres traem de forma parecida, hoje em dia, existem razões que nos levam a acreditar que o homem ainda trai mais que a mulher. O homem é mais instintivo e isso o leva a saber mentir menos, abrindo espaço para ser descoberto mais facilmente. A mulher por ser mais madura que o homem, acaba sabendo trair mais discretamente.

O relacionamento entre homem e mulher, assim como todos os relacionamentos, existe como resultado de uma opção que se renova constantemente. A partir do momento em que essa opção não se renova, o relacionamento também não se renova. Quando o relacionamento se sustenta por obrigação, perde o efeito e deixa de existir.

O homem, o indivíduo, precisa demarcar o seu território. Um comportamento típico e instintivo é o do cachorro macho que demarca o seu território urinando em pequenas quantidades por muitas vezes, diferente da fêmea que faz grandes quantidades por menos vezes. Isso acontece para que o macho possa demarcar o seu território, para que os outros cachorros machos saibam que aquele é seu território. Isso foge um pouco à realidade dos grandes centros urbanos, mas geneticamente é dessa forma que os homens fazem.

A infidelidade é também uma forma do macho confirmar a própria masculinidade. Existe uma grande diferença entre homem e mulher, no sentido que a mulher se apaixona e o homem se excita. O homem pode ficar excitado sem necessariamente estar apaixonado, mas é claro que não devemos generalizar. Enquanto isso, a maior parte das mulheres, para ficar excitada, tem que estar apaixonada. Isso gera uma grande diferença no relacionamento homem e mulher e na relação de fidelidade.

O principio parte do fato de utilizarmos nossa mente de duas formas: a lógica, racional, que é nosso consciente e á analógica, irracional, que é o nosso inconsciente. Ou seja, temos sempre a razão versus a emoção se defrontando.

Se a traição é uma questão puramente lógica e racional, pode-se trair mesmo amando o parceiro, porque a traição parte de um gesto mecânico. Quando a traição começa a envolver emoções, se torna incompatível trair, amando o parceiro e isto vale para ambos os sexos.

Todas as relações entre pessoas, se sustentam em cima de três situações básicas: desejo, necessidade e motivação, que precisam estar sempre juntas. Quando existe só uma ou duas delas, não existe a relação. A partir daí o indivíduo trai por não ter vínculos e, aparentemente, não ter obrigações.

A infidelidade faz parte do gênero humano, tanto a sentimental, amorosa, sexual, assim como a infidelidade nos relacionamentos interpessoais e profissionais.

Cada um de nós tem um preço. Quando um profissional ganha R$ 1000,00, satisfeito, recebe uma proposta para ganhar R$ 1200,00, começa a pensar na possibilidade de mudar de emprego. ‘E natural, instintivo, faz parte do gênero humano. Na maior parte dos casos não se consideram todos os antecedentes, tudo aquilo que foi semeado, tudo o que foi plantado, não se consideram as conseqüências, como por exemplo, começar num ambiente novo, etc., etc..

A possibilidade de ganhar um pouco mais e ter algum benefício, muitas vezes justifica a tentação em mudar a situação existente. Isso vale também para os relacionamentos sentimentais. A pessoa trai quando acha que vai receber algum benefício, quando existe alguma falha ou falta alguma coisa no relacionamento, quando está mais carente, quando a necessidade de colo, de atenção, de carinho, de sexo não está sendo preenchida. Se nesse momento aparece alguém que estimule, que cutuque, que desperte esse desejo, essa necessidade, essa motivação, a pessoa pode trair, para eventualmente depois se arrepender de ter traído. Mas trai porque isso faz parte da natureza humana.

A capacidade do casal em fazer com que o parceiro ou a parceira não traia, é ligada diretamente à capacidade de renovar a opção feita e de fazer com que essa opção seja permanentemente renovada.

A cura para a infidelidade é preencher os vazios que podem estar acumulados nos outros, aproximando cada vez mais o desejado do possuído.Casais que estão juntos hà muito tempo, se conhecem muito bem e aparentemente, não têm mais segredos, portanto curiosidades. A sociedade consumista desenvolveu técnicas e artifícios para que as pessoas se modifiquem, mostrando cada vez mais facetas diferentes, para manter sempre ativados os desejos e as curiosidades. Por exemplo, as mulheres se utilizam de cabeleireiros, mudando a cor do cabelo, fazendo as unhas, mudando a cor delas. Os salões de estética estão em alta. Se utilizam cada vez mais acessórios como, brincos, colares, pulseiras, lingeries, roupas diferentes, variadas. O fato novo è que o homem também começou a desenvolver esse sentimento de vaidade e procura se renovar sempre, para fazer com que a parceira não precise procurar em outro macho, aquilo que pode encontrar nele mesmo.

As pessoas que vivem estas situações, ter traído ou ter sido traído, buscam ajuda de especialistas para que, em um processo de auto-conhecimento, possam se conscientizar de quem elas são, o que elas querem e o que elas podem fazer pra atingir seus objetivos. Só se alcança um objetivo quando se estabelece uma meta clara. Quando não se tem metas não há como saber para onde direcionar toda a energia e o potencial possuído, e dificilmente vai se conseguir atingir os objetivos, rodando em círculos sem nenhuma eficácia.

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