Quase Loucos pelo Dinheiro

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Se vocês têm câimbras no estomago pensando no saldo da conta corrente no banco, é normal. Hoje existe uma patologia com sintomas mais graves: o “Money disorder”.

Estão lendo as ultimas noticias sobre a crise econômica e começam a ter câimbras no estomago? Continuam a ver a internet para tentar entender o que acontece? Estão dormindo mal e sonhando com contas descobertas, débitos e promissórias?
Se a resposta a uma dessas perguntas é positiva, estão experimentando as conseqüências emocionais da recessão. E pouco importa que não faça parte dos que perderam o emprego, dos que viram o valor das aplicações diminuírem pela metade ou desaparecer, ou perdeu a moradia porque não conseguia continuar pagando as prestações do financiamento. Mesmo que moradia, trabalho, salário e aplicações estejam ainda em ordem, é totalmente normal que você esteja vivendo momentos de ansiedade, déficit emocionais, medo ou senso de impotência. A crise não poupa ninguém. Impede de tomar decisões sabias, ofusca as perspectivas e nos paralisa. Esse é o Money disorder. Não é tão grave e complexo como o vicio do jogo, a cleptomania ou o shopping compulsivo. É um problema que já existe faz tempo, mas o tsunami financeiro que atropela as bolsas e os bolsos de todos, ameaçando o sistema econômico financeiro internacional, favorece a evolução e a difusão do sofrimento. Na realidade, faz alguns anos que essa patologia foi identificada e crescem cada vez mais profissionais que tentam encontrar terapias validas para ajudar as pessoas a se livrarem desses problemas.

Dos ricos que vendem os barcos luxuosos á classe media que começa a usar ônibus e metro porque custa menos, se percebe que para a maioria da população o dinheiro é a principal causa de stress.

Quando as pessoas procuram ajuda para combater a crise de ansiedade, normalmente os problemas vão muito mais alem do que a conta no banco. A ameaça da perda do status econômico ou o desespero pela perda da estabilidade, é somente a causa desencadeante da desordem de dinheiro, cujas raízes se encontram em historias e conflitos familiares, ideológicos e outros.

A ciência identificou nos últimos anos alguns comportamentos financeiros problemáticos:
Over spending, quando se gasta muito sem motivo aparente; e o seu oposto: under spending. O serial borrowing, a tendência em pedir dinheiro emprestado, independentemente da real necessidade. A “infidelidade financeira”, que leva a mentir ou esconder ao cônjuge sobre o volume das próprias despesas. O workahoolism, que é a sobrecarga voluntária de trabalho. O financial incest que consiste em cobrir de dinheiro os familiares, com o objetivo de controla-los. O financial enabling, a tendência de dar dinheiro aos filhos adultos, que depois não estarão motivados em se tornar economicamente autônomos. O hoarding, que é guardar o dinheiro de forma compulsiva. Os sensos de culpa pela pobreza que o paciente encontra ao seu redor e o seu oposto: a indignação pela riqueza demais.

Pessoas que, por exemplo, depois de um divorcio começam a gastar sem freios e inibições, acumulando grandes dividas: nada que não possa se resolver, mas o paciente começa a viver crises de angustia que acabam paralisando qualquer ação. Da mesma forma, o sucesso repentino e a riqueza imediata, levam muitos a gastar compulsivamente com carros, roupas, viagens, restaurantes, extravagâncias; com tudo isso, o paciente vive importantes sensos de culpa pelas suas ações e pelos descuidos com a família.

O profissional que cuida dessas pessoas, deve tomar muito cuidado para não invadir a esfera intima do paciente, virando também um consultor financeiro. É importante dentro do processo terapêutico, ajudar o paciente aproveitando a oportunidade, para favorecer o processo de crescimento, evolução e amadurecimento do individuo, favorecendo comportamentos mais sábios e criativos, tanto com quem ficou mais pobre, como com quem ficou mais rico. Um pouco de medo e de ansiedade podem fazer milagres.

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